Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica do grupo das psicoses. Trata-se de um grave problema mental, causador de imensos impactos na pessoa, família e sociedade.

É caracterizada por sintomas ditos:

  • positivos, como alucinações (ouvir "vozes" e outros sons, ver vultos ou pessoas, às vezes a sensação pode até ser tátil, sempre sem o estímulo correspondente), delírios (fortes convicções, como estar sendo perseguido, envenenado, ou haver um complô contra si, dissociado da realidade e não passível de ser desconstruído pela lógica dos fatos), comportamentos desorganizados e até bizarros e discurso incoerente;
  • negativos, como isolamento social, alterações no afeto (embotamento / distanciamento), apatia, perdas cognitivas, comprometimento da vontade e da personalidade prévia.

Explicando melhor, as alucinações são alterações da percepção, como se o cérebro criasse percepções (sons, vozes, aromas, sensações tácteis, etc) sem o respectivo estímulo. No entanto, para o paciente, são reais, são percebidas como se de fato existissem. Já os delírios são alterações do pensamento e do juízo de realidade em que o doente passa a acreditar em fatos não ocorridos, como perseguições, complôs ou delírios de grandeza (exemplo: acreditar ser Jesus, ter poderes de vidência, estar perseguido pela polícia ou bandidos, ser observado, ser objeto de desejo de alguém famosos).

Esta doença afeta cerca de 1% da população e tem fortes evidências de causas genéticas. No entanto a doença é multifatorial e o ambiente funciona como desencadeante para aqueles que já têm predisposição (como uso de maconha em alguns casos). É um processo que geralmente leva a declínio social, funcional, afetivo, cognitivo e alterações no funcionamento da personalidade que serão permanentes.

Existem alguns subtipos de esquizofrenia (paranóide, hebefrênica, simples, catatônica, etc), dentro do espectro da doença, que não têm todos os sintomas.O início da doença pode ser súbito, com um surto psicótico (delírios, alucinações, agitação) ou insidioso, lento. Neste último caso, é o que chamamos de pródromo: alterações de comportamento que vão de comportamentos desorganizados, isolamento social, estranhamentos consigo mesmo, com o ambiente e as pessoas até sintomas que podem mimetizar uma depressão ou um transtorno obsessivo.

O esquizofrênico, antes de qualquer outra coisa é um ser humano. Sente as coisas como todos nós – e adoece como nós. Também tem diabetes, hipertensão, depressão, apendicite e tantas outras condições médicas. Nas crises, quando está psicótico geralmente sente medo, pavor, angústia e desconforto.

O médico faz o diagnóstico através do exame clínico. O diagnóstico é feito através da consulta psiquiátrica e exame psíquico. Não existe um exame de imagem ou de sangue que faça o diagnóstico. Não temos ainda este tipo de marcador. Seguimos critérios diagnósticos, geralmente da Classificação Internacional das Doenças em sua 10ª edição, a CID 10. O tratamento precoce e terapias associadas são fundamentais na reabilitação e inclusão!

O que pode levar uma pessoa a apresentar esquizofrenia?

A causa primária é genética, biológica, hereditária. Depois vêm os estressores ambientais, que servem como desencadeantes (como uso de cannabis em adolescentes).

Quais os tratamentos usados para tratar um esquizofrênico?

Os tratamentos dividem-se em:

1. Terapias – individual, em grupo, terapia ocupacional, hospital dia, etc

2. Tratamentos Biológicos:

Medicamentoso – com medicamentos antipsicóticos.

Eletroconvulsoterapia (ECT), em casos refratários e de difícil controle.

Os dois se completam. Modernamente, não se admite não usar medicamentos.

Outros Transtornos Psicóticos Transtorno esquizofreniforme: episódio psicótico curto, de 1 a 6 meses em sujeito previamente saudável. Não há sinais prévios de doença e geralmente não há sintomas negativos e comprometimento permanente no funcionamento. Por definição, há recuperação em até 6 meses.

Depressão ou Mania Psicótica: quando, em vigência de depressão ou mania (euforia), o doente apresenta alucinações e delírios

Transtorno esquizoafetivo: em poucas palavras e simplificando, é uma mistura de transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia. O paciente é psicótico e tem fases de depressão e fases de euforia (mania).