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Principais benefícios da eletroconvulsoterapia para casos refratários

 O principal benefício da técnica da eletroconvulsoterapia (ECT) é que ela possui maior rapidez de respostas em relação à medicação¹. A resistência à medicação antidepressiva e o risco elevado de suicídio constituem as principais indicações da ECT1

O uso da ECT é recomendado para o tratamento da depressão aguda em pacientes com depressão grave ou que não respondem à farmacoterapia.

Diferente dos medicamentos psiquiátricos, a ECT não possui tantos efeitos colaterais. Sendo o maior deles a perda de memória retrógrada e outros efeitos cognitivos ainda em estudo- mas que após alguns dias desaparecem². 

Um trabalho de revisão de 2013² revela que evidências apoiam a eficácia da ECT na redução dos sintomas depressivos. Esta conclusão é compartilhada pela maioria dos pesquisadores e, de fato, o debate atual se concentra em questões mais específicas, como o equilíbrio risco e benefício de diferentes modalidades de aplicação da técnica.

O estudo também afirma que a ECT é um tratamento com melhor custo- benefício do que a estimulação magnética transcraniana de repetição (EMTr).

A ECT parece mais eficaz na depressão psicótica do que nas não psicóticas, e com melhor resultados para pacientes sem resistência ao tratamento farmacológico do que aqueles que não responderam às drogas².

A ECT também é indicada para pacientes com diagnóstico de mania (em especial, episódios mistos e psicóticos); certas formas de esquizofrenia (em particular, a forma catatônica); certas formas agudas e produtivas resistentes aos neurolépticos atuais; transtorno esquizo afetivo; certas condições mentais secundárias às condições clínicas (estados confusionais e catatônicos secundários às doenças tóxicas e metabólicas); certas formas de doença de Parkinson; pacientes que apresentam impossibilidade do uso de terapêutica psicofarmacológica.

Assim, em casos refratários às terapias convencionais, a ECT pode ser uma ótima alternativa, dada à rapidez na evolução nos quadros a que é indicada e pelo manejo mais simples de seus efeitos colaterais.

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1 ANTUNES, P. B. et al. Eletroconvulsoterapia na depressão maior: aspectos atuais. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, v. 31, p. suppl. 1 p. S26-S33. may. 2009.
2 PERESTELO-PÉREZ, L. et al. Coste-efectividad de la terapia electroconvulsiva en el tratamiento de la depresión. Revisión sistemática y evaluación económica. Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad. Servicio de Evaluación del Servicio Canario de la Salud; 2013. 
3 SILVA, Janaína L. P. Eletroconvulsoterapia, não. Eletrochoque. Responsabilidades, Belo Horizonte, v. 2, n. 1, p. 35-54, mar./ago. 2012
4- Pedro Shiozawa,‎ Mailu Enokibara da Silva,‎ Rafael Bernardon Ribeiro,‎ Rodrigo Lancelote Alberto,‎ Quirino Cordeiro. Neuromodulação em Psiquiatria. Atheneu, 2016.