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4 razões para sua clínica receitar a eletroconvulsoterapia em casos refratários

Num estudo de revisão sistemática de literatura especializada, que incluiu avaliação econômica, tendo em mente a utilização da técnica pelo sistema de saúde estatal, a ECT teve constatado melhor custo-benefício do que a farmacoterapia nos casos em que é indicada¹.

A ECT também foi referida como uma técnica segura que conta com anos de estudos e avaliações de sua eficácia em todo mundo; e cujos resultados de sua utilização são visíveis em pouco tempo¹.

Um grupo de pesquisadores, liderados por Jay Amsterdam, um professor do Departamento de Psiquiatria da University of Pennsylvania School of Medicine, afirma que “algumas drogas antidepressivas podem produzir, com o tempo, uma adaptação fisiológica persistente que se manifesta como tolerância progressiva, e essa eventual perda de eficácia pode resultar per se da administração repetida do antidepressivo” 2.

Os resultados da análise de Amsterdam e colegas confirmam estudos anteriores que encontraram uma “perda gradual de resposta ao antidepressivo após repetidas exposições a eles”, e aprofunda esses estudos, ao demonstrar que o fenômeno ocorre não só para a depressão unipolar, mas também para a depressão bipolar 2.

A ECT é considerada como excelente opção de tratamento, desde que, administrada de forma ética, com anestesia geral e relaxante muscular, equipamentos modernos, pessoal treinado e ambiente apropriado (hospitalar), especialmente no tratamento de depressões graves com risco de suicídio, com características psicóticas e em grávidas ³.

A técnica também se mostra eficaz em uma variedade de condições, como episódios bipolares (deprimidos, mistos e maníacos), esquizofrenia e transtornos esquizo afetivos, catatonia, síndrome neuroléptica maligna, psicose puerperal, epilepsias refratárias e alguns transtornos de movimento (Parkinson) 4.

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1 PERESTELO-PÉREZ, L. et al. Coste-efectividad de la terapia electroconvulsiva en el tratamiento de la depresión. Revisión sistemática y evaluación económica. Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad. Servicio de Evaluación del Servicio Canario de la Salud; 2013. 
2 AMSTERDAM, J. D., LORENZO-LUACES, L., & DERUBEIS, R. J. Step‐wise loss of antidepressant effectiveness with repeated antidepressant trials in bipolar II depression. Bipolar Disorders, 18, 563-570, 2016. doi:10.1111/bdi.12442
3 CUNHA, Marines de Fátima. Adesão e não adesão ao tratamento psiquiátrico para depressão. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Uberlândia, 2006.
4 BRAGA, Raphael J.; PETRIDES, Georgios. Terapias somáticas para transtornos psiquiátricos resistentes ao tratamento Somatic therapies for treatment-resistant psychiatric disorders. Rev BrasPsiquiatr, v. 29, n. Supl II, p. S77-84, 2007.