Eletroconvulsoterapia (ECT) funciona para Esquizofrenia?
Há evidências crescentes para apoiar o uso de ECT para potencializar a resposta antipsicótica no tratamento da esquizofrenia.
Uma revisão da literatura especializada, publicada em maio deste ano, encontrou evidências de diversos estudos corroborando o sucesso da ECT no tratamento da esquizofrenia. ¹
Os efeitos colaterais cognitivos são geralmente leves e transitórios. De fato, muitos estudos mostram melhora na cognição, possivelmente relacionada à melhora dos sintomas.
Segundo a publicação existe uma grande variação de aplicações da ECT para o tratamento da esquizofrenia entre os países onde foram realizados os estudos. Existem também variações na escolha da posição dos eletrodos e demais parâmetros da ECT.
Apesar de evidências promissoras, estudos de longo prazo seriam necessários para otimizar os parâmetros de tratamento da ECT, examinar o efeito da ECT de manutenção e investigar neuroimagens / biomarcadores para entender o mecanismo de ação e identificar potenciais preditores de resposta à ECT.
A maioria dos estudos revisados pela publicação descreveu o efeito da ECT sobre a subescala de sintomas positivos da PANSS, ou a subescala de sintomas psicóticos da BPRS, mas não descreveu o efeito específico da ECT em delírios e alucinações separadamente.
A indicação feita é para que estudos futuros relatem separadamente os dados sobre o efeito da ECT nos principais sintomas positivos da esquizofrenia, isto é, delírios, alucinações e desorganização.
De qualquer modo, fica evidente através desta revisão, que descobertas recentes de vários estudos de diferentes países, bem como meta análises de estudos anteriores, reforçam as evidências existentes que demonstram um forte efeito potencialização da ECT com relação aos antipsicóticos, especialmente associada à clozapina (Leponex).
Referência:
1 SANGHANI, Sohag N.; PETRIDES, Georgios; KELLNER, Charles H. Electroconvulsive therapy (ECT) in schizophrenia: a review of recent literature. Current opinion in psychiatry, v. 31, n. 3, p. 213-222, 2018.